quinta-feira, 6 de maio de 2010

DIREITO DE NASCER: NEGADO!

03/05/2010

MACAPÁ ESTÁ HUMILHADA E ENVERGONHADA

Macapá foi, ontem, no programa Fantástico da Rede Globo de Televisão, ridicularizada e humilhada, aliás, mais uma vez. E não foi, como muitos na cidade gostam de apregoar, por interesses menores da emissora e, sim, pelo desprezo com que seus próprios governantes tratam a capital que já foi chamada de “Cidade Joia da Amazônia”.

A denúncia da morte de recém-nascidos no Hospital Maternidade Mãe Luzia, em números alarmantes, vem sendo efetuada desde fevereiro deste ano, através de blogs e sites, na Internet, publicados a partir da capital amapaense, sem qualquer providência das autoridades.

Alguém há de perguntar, por que somente em blogs e sites e não nos jornais amapaenses? Porque o Amapá tem uma imprensa paraestatal, formada por jornais e emissoras de Rádio e TV, que nunca sabem, nunca viram, nunca ouviram. São todos subservientes de um governo preguiçoso, corrupto e negligente. O que resulta na omissão, na presunção de que mentiras são verdades, na publicação de “notícias” unicamente interessantes aos mandatários locais.

A matéria do Fantástico mostra que no Amapá há quem seja proprietário da vida humana, ou que há quem decida quem deve sobreviver ou não, assim como, Herodes decidiu que todas as crianças deveriam morrer, caso Cristo não fosse encontrado. Em Macapá ter-se um filho pode significar a felicidade ou a desgraça, como se a decisão fosse um jogo da sorte, como uma roleta russa.

Macapá está nacionalmente humilhada e envergonhada, menos para aqueles que deveriam gerenciar a coisa pública, com o dever irretratável dos cargos que lhes foram outorgados, pela população, através de seu voto. É imperdoável e incompreensível que o nascimento de um cidadão seja tratado com descaso, desrespeito e desumanidade, enfim.

Mas, todos são culpados. O governante inqualificável, por seu desprezível modo de agir, a sociedade, por se deixar ludibriar por gente, cujo único objetivo é se locupletar, e a imprensa que foge ao seu dever de apurar, denunciar e cobrar a responsabilidade dos representantes do Estado. Além do Poder Legislativo que, em sua maioria, convive, perniciosamente, em conluio com o Executivo.

A despeito de já ter tratado do assunto, aqui, reconheço que também tenho uma parcela, ainda que mínima, de culpa nesse horror. Quem sabe tivesse gritado mais, não teria sido ouvido?...

Como a esperança nos homens se torna cada vez mais distante e inócua, resta-nos rogar a Deus que tenha complacência com os bebês nascidos no Hospital Maternidade Mãe Luzia. Logo, Mãe Luzia que ajudou a tanta gente nascer sem traumas e dores, sem o auxílio do aparato tecnológico de que se valem os homens, hoje, esquecidos do mais nobre dos sentimentos, que é o amor ao próximo.

(Escrito por Ernâni Motta, às 12h17)

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